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Não gosto de ópera, nunca gostei e já não tenho esperança de vida para vir a gostar. Lembro-me da última ópera a que assisti, há décadas, talvez no Coliseu do Porto, em que uma "baleia" vestida de mulher cantava na cama, alegadamente moribunda, vítima de tísica, como se chamava à tuberculose pulmonar no tempo da peça. Quem pode levar uma coisa daquelas a sério, mesmo abstraindo que interessa a voz e não a figura? No mínimo, dá vontade de gargalhar.
Lembrei-me daquela "baleia" ao ler hoje que uma soprano famosa, de sua graça Lisette Oropesa, se queixa que, apesar da sua voz ser um espanto no bel canto, os produtores a preteriam por ser muito gorda! Lisette, na imagem em cima, tem 35 anos e pesa 95 quilos — uma injustiça injustificável! Estão a imaginar aquela figura a protagonizar uma namorada a morrer de caquexia, vítima de tísica, nos braços de um esbelto namorado?
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