quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"HOMO NEANDERTHALENSIS" VS "HOMO SAPIENS" *

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Na Idade Paleolítica, os Homo neanderthalensis foram o auge da sofisticação: dominaram a Europa e parte da Ásia durante 300 mil anos, produziram ferramentas e jóias, construíram cavernas e cuidaram dos seus doentes e idosos. Pensa-se até que tenham criado um tipo primitivo de medicina dentária.
Mas qual foi a verdadeira causa para que o Homo sapiens conseguisse sobreviver até aos dias de hoje e os Neandertais tivessem desaparecido?
Segundo um estudo publicado na Nature Communications da semana passada, realizado por Oren Kolodny e Marcus Feldman, biólogos da Universidade de Standford, a extinção dos Neandertais ficou a dever-se a uma simples questão de dinâmica migratória – e mau timing.
O Homo sapiens evoluiu e formou grandes populações na África. No final do Paleolítico Médio, começou a migrar para a Eurásia, uma região habitada naquela época por outras espécies de hominídeos, os Neandertais.
Neandertais e humanos coexistiram  no decorrer de 10.000 ou 15.000 anos e chegaram a trocar material genético durante as relações entre espécies que ocorreram ocasionalmente. No entanto, no ano 36.000 a.C. apenas o homem moderno tinha conseguido sobreviver, enquanto os Neandertais se tinham extinto.
A velocidade de substituição dos Neandertais pelo Homo sapiens levou os cientistas a assumir que os humanos modernos tinham alguma vantagem selectiva 
 uma característica que nos fazia evolucionalmente mais bem sucedidos do que os Neandertais.
Talvez os seres humanos fossem mais inteligentes, mais inovadores e melhores a encontrar novas maneiras de controlar o território e garantir alimentos. É como se todos estivessem a procurar razões para justificar a extinção dos Neandertais.
A maioria das explicações científicas culpam factores externos pela extinção de Neandertais, como as mudanças climáticas, as epidemias ou a competição entre as duas espécies pelo nicho ecológico e recursos.
No entanto, muitos destes estudos começam a partir da premissa de que o homem moderno teve uma vantagem evolutiva e uma superioridade cognitiva em relação a outras espécies.
A explicação proposta por Kolodny e Feldman não nega o possível efeito dos factores externos, mas não os aceita como razão principal. Os autores do estudo afirmam que a migração constante do Homo sapiens do continente africano para a Europa foi suficiente para provocar a substituição de Neandertais por homens modernos.
Os autoress chegaram à conclusão de que o mero processo migratório do homem moderno garantiu, em termos probabilísticos, a substituição da população Neandertal pelos nossos antepassados.

* Adaptado de um texto publicado em zapaeiou

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Possíveis caminhos seguidos pelo H. sapiens na ocupação da Europa
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