terça-feira, 30 de maio de 2017

O PAQUIDERME

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Para a estranha relação entre Trump e a Rússia nunca houve explicação clara. O mais provável seria tratar-se duma aproximação de conveniência entre o Presidente e Putin; não de uma aliança. Contudo, na última semana, surgiram sinais de que existirá aliança, ou coisa próxima.
Na viagem à Europa, Trump comportou-se como defensor dos interesses de Putin. E, depois do regresso a Washington, soube-se da tentativa do seu genro e conselheiro estabelecer um canal de comunicação secreto com a Rússia de Putin. Há, neste momento, vários jornalistas especializados a escrever sobre isso.
Anne Applebaum, no The Washington Post, acerca da deterioração na relação EUA/Europa, escreve: "O Governo Russo, que sempre quis ver os EUA fora da Europa, está satisfeitíssimo."
David Frum, no The Atlantic, diz: "Desde 1945, o principal objectivo estratégico da URRS — e depois da Rússia — na Europa foi deteriorar a aliança EUA/Alemanha.  Trump conseguiu-o".
Josh Marshall, no Talking Points Memo, escreve que "devíamos preocuparmo-nos menos com o porquê da aliança de facto de Trump e Putin contra a Europa e mais com as suas consequências". E acrescenta: "O aspecto importante é que os dois parecem ter objectivos comuns".
E Max Fisher, num tweet, começa assim: "Quando me encontrei com líderes alemães, em Janeiro, eles estavam já a preparar-se para a possibilidade da ruptura com os EUA".
A Europa não pode ser eternamente um protectorado dos Estados Unidos, nem estes a nossa babysitter. É verdade. Mas deixar ao cuidado de um alarve como Trump a condução do processo, está mesmo a ver-se que dá bota. Pior que o elefante na feira das louças. 
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