sábado, 22 de abril de 2017

O INCOMPREENDIDO CARVÃO A QUEM TANTO DEVEMOS

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A primeira central de produção de electricidade por combustão de carvão do Reino Unido foi inaugurada em 1882 e, desde então e por muitos anos, as centrais a carvão  foram o principal meio de gerar electricidade — em 2013, ainda o eram na terra de Her Majesty The Queen.
No ano passado, essas centrais contribuíram apenas com 9,1% da electricidade gasta por Theresa May e seus compatriotas para aquecer a água do banho — se é que tomam banho —, mover transportes, pôr fábricas a trabalhar, iluminar vias públicas, estádios e outros locais mais íntimos e por aí fora. O resto veio de energias alternativas, como o vento e rebabá (24,4%), de centrais nucleares 
(21,2%) e de centrais a gás (42,4%). Quase todas as de carvão que "resistiam" tinham, então, mais de 50 anos.
Falo nisto porque ontem foi um dia histórico no Reino Unido e não o digo com ironia. Ontem o Reino Unido passou o dia inteiro sem queimar  carvão — nem um quilograma — para produzir electricidade, o que não acontecia desde a era Vitoriana!
Aos que são da minha idade, ou quase, certamente lhes ocorre a memória dos antigos comboios da CP movidos por máquinas a vapor produzido pela combustão de carvão — um horror de porcaria aceite então como inevitável. De tal modo que, na chamada província fora de Lisboa, se perguntava às pessoas se um comboio da linha do Estoril viajasse a 50 Km por hora, contra vento também a 50 Km por hora, para que lado ia o fumo. Depois de emitido o palpite, vinha  a chacota porque esses comboios eram eléctricos e não faziam fumo!

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