segunda-feira, 24 de abril de 2017

GOSTA DE LAMPREIA? ENTÃO VÁ PENSANDO NISTO

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Há um ano, em conversa com o psicólogo evolucionista Steven Pinker, perguntei-lhe: "Se muitas formas de violência e crueldade que eram toleradas há um século, como a escravatura, o trabalho infantil, a caça dos ursos etc., estão hoje fora de questão, que práticas actuais veremos com horror dentro de duas ou três gerações?"
É fácil responder, disse: comer carn um dia, as pessoas olharão para trás, para a criação de animais para abate, e acharão tal prática uma barbaridade. 
Por ano são abatidas 60 mil milhões de galinhas, 1,5 milhares de milhões de porcos, mil milhões de ovinos e 300 milhões de vacas; e a tendência é para estes números aumentarem.
Assim começa um artigo de Matt Ridley publicado hoje no The Times.
Em boa verdade, começa a haver sinais do que Pinker fala quando vemos o número crescente de vegetarianos que atazanam a cabeça dos omnívoros, de militantes contra as quintas-fábrica, dos que condenam a produção de foie-gras e por aí fora. O lobby pró bem-estar dos animais é cada vez maior e mais influente. Uma organização cujo nome podemos traduzir por "Compaixão pelos Crustáceos" (Crustacean Compassion) faz agora campanha para a protecção da lagosta e do caranguejo, a serem incluídos numa disposição chamada qualquer coisa como "Lei do Bem-Estar Animal".
Sei que o referido faz sorrir quem lê esta prosa "dolicocéfala", mas tal é manifestação de ingenuidade. Já pensou no tempo em que havia luta de galos em Timor Lorosae, por exemplo (não sei se ainda há, mas deve ter acabado); e um divertimento que consistia em amarrar um gato com uma corrente e, com as mãos amarradas atrás das costas, tentar matá-lo à cabeçada, evitando ser arranhado pela unhas afiadas do pobre felino; e nas touradas que têm os dias contados?
Já pensou? Então vá-se habituando à ideia de ao Sábado, ou ao Domingo, sair com a família e ir ao Parque das Nações comer numa esplanada empadão de milho, pasta de proteína vegetal assada no forno, ou bife de raspas de casca de eucalipto! Ria, ria, que depois falamos...
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