terça-feira, 18 de agosto de 2015

CONSUMIR OS CONSUMIDORES

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[...] A necessidade de introduzir metas quantificadas para o défice e a dívida tem alimentado polémicas, mas é a forma de defender os portugueses de eventuais excessos governativos. Paulo Trigo Pereira, economista candidato nas listas do PS, defende a introdução de limites ao défice e à dívida. O PS considera que introduzir tais limites é "um disparate". O programa eleitoral da coligação PSD/CDS deixa cair a questão do défice mas propõe um limite constitucional à dívida. Cabe aos portugueses decidir se vão exigir mais rigor aos governantes ou se admitem que, no futuro, todos possamos voltar a ser chamados a pagar dívidas que os políticos, sejam eles quais forem, venham a contrair em nome do país. [...]


Isto escreve Francisco Ferreira da Silva no "Económico". Todo o lusitano que ainda tem carteira e um bocado de senso, já percebeu que em matéria de défice e dívida os políticos não são de confiança. Se não lhes metem um freio na boca, acontece o que já aconteceu três vezes pela mão dos socialistas.
Consumo, dizem os economistas, cria crescimento económico, o que se percebe. Mas num país que ainda só respira por uma palhinha com a ponta fora da crise, já se lêem notícias preocupantes sobre o aumento da compra de casas a crédito; e, segundo o "Económico", as vendas de carros dispararam mais de 30% no primeiro semestre de 2015, muito acima da média da União Europeia (8,2%). Isto é: a massa é a mesma, seja dos governantes, seja dos governados.
Conheci um fulano que não tinha cartões de débito, nem de crédito. De manhã saía de casa com quantia certa em numerário e não gastava mais. Era um gastador compulsivo com método dissuasor assumido.
Os portugueses têm de escrever vinte vezes na Constituição que quem gastar mais do que pode, seja governante ou governado, vai de cana e nunca mais ninguém lhe fia nada—nem o FMI, nem o senhor Mário do lugar da esquina. 

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