sexta-feira, 26 de junho de 2015

PIORES QUE O DEUS ME LIVRE !

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Fala-se actualmente, talvez mais que nunca, em biodiversidade e extinção de espécies, referindo fenómenos como o dos elefantes, do lince ibérico, das baleias, de variadíssimas espécies de peixes e por aí fora. Diz-se mesmo que vivemos a Sexta Extinção, com eventual início há 10 mil anos, no fim da Época do Pleistoceno. Todos os dias somos bombardeados com críticas ao comportamento humano—sendo que ao homem é atribuída a rara capacidade de modificar parte do universo, ainda que pequena—e ameaças do fim do mundo.
Do alto da minha insignificância, não tenho opinião—ignoro se sim, se não. Mas é interessante ouvir todas as partes, pois verifica-se frequentemente que a alguns é negado o direito de dizer o que é politicamente incorrecto. Mostra a experiência que nem sempre a razão está do lado da maioria e muito menos está cabalmente demonstrado que essa maioria é desinteressada nas posições que defende.
Já percebi que, em relação à extinção de espécies, há três perguntas que enfurecem os doutrinadores ambientalistas contemporâneos: i) Porque lutar contra as extinções? ii) Não são as extinções mecanismos da evolução para seleccionar os mais aptos? iii) Lutar contra elas não é proibir a evolução e impedir a vinda de seres mais adaptados ao meio em mutação constante?
Não sou insensível a tal ponto de vista. Darwin, na sua obra clássica, "A Origem das Espécies", escreveu: (1) A extinção de espécies ocorreu continuamente em toda a história da vida, primeiro localmente e depois em todo o planeta. A extinção das espécies é geralmente mais lenta que a sua produção. (2) O desaparecimento súbito de muitas espécies, agora chamado extinção em massa, nunca ocorreu. (3) A extinção—usualmente, embora nem sempre—é resultado de incapacidade de competir com outras espécies. A causa é biológica, não física. (4) A extinção está fortemente ligada ao processo da selecção natural, sendo por isso um componente importante nesse processo.
Chegado aqui, estou impedido de dizer—como faço às vezes—que ainda não aconteceu nada. Já aconteceu perceber-se que Darwin, se fosse vivo, não seria considerado politicamente correcto, talvez até impedido de publicar o que quer que fosse na "Nature", ou na "Science", eventualmente considerado pelos ambientalistas de serviço uma besta quadrada.
Há actualmente—pensando bem, talvez houvesse sempre—"modas" científicas que apaixonam muitos bem intencionados, alguns mal informados e uns tantos interessados. É cada vez mais complicado para artolas como eu distinguir o que tem ponta por onde se pegue e o que é simples bosta de vaca. Certas "cruzadas científicas" tornam-se tão chatas pelo exagero da insistência que o cidadão, às tantas, já não pode atender os cruzados—nem vê-los! E quando os factos mostram que estavam a jogar só com um par de duques, mudam a agulha e arranjam outra. São piores que o Deus me livre!
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