quarta-feira, 23 de julho de 2014

O CALADO É O MELHOR

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Há menos de duas semanas, falava eu de Fernando Ulrich depois de ele ter dito: "o BES é um desastre comunicacional e é preciso retirar este abcesso que agora surgiu nesta caminhada de prestígio do País". Passando sobre essa da "caminhada de prestígio do País", recordo que referi: " Diz-se que a melhor defesa é o ataque e os bancos adoptaram a táctica—atacam o vizinho para disfarçar a desgraça doméstica. Mas se isso dá resultado no futebol, é duvidoso que se aplique a bancos. Por mim, sempre que ouço um banqueiro dizer mal de uma comadre, aconselho os depositantes desse banco a tirarem de lá o dinheiro.
Não foi preciso muito tempo para sabermos que o BPI de Ulrich teve um prejuízo de 106 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. Perdeu boa oportunidade de estar calado, já se pode dizer agora, mesmo sem conhecer o que virá a seguir.
Sou bastante bota de elástico e ignorante em muitas matérias e sobre banca ainda mais. Mas assistindo ao que tenho assistido, no BPN, BPP, BES, BANIF e rebabá, suspeito que essa coisa dos bancos é uma variante do jogo do "Monopólio", com dinheiro virtual de papel de embrulho, propriedades virtuais e banqueiros virtuais—é tudo mais ou menos faz de conta. Ou seja, empresta-me aí 100 milhões porque o XYZ deve-me 200 milhões e o XYZ é credor de 250 milhões do WWB que por sua vez está falido.
Resumindo, está tudo cheio de capital, mas tal capital é mais ténue que a ideia na cabeça de um político; e à força de dar tanta volta, evapora-se porque é volátil como o éter e quando se quer tomá-lo, só se encontra gás—muito rarefeito, pois claro.
A pergunta é: quem manda agora a boca ao Ulrich? É bom saber a tempo porque esse também deve estar arruinado.
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