quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SALA DE ÂMBAR

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Em 1717, o Rei da Prússia, Frederico Guilherme I, sabedor que o Czar da Rússia, Pedro o Grande, era profundo amante das artes, ofereceu-lhe um conjunto de magníficos painéis de puro âmbar, selando a aliança entre os dois países. O âmbar é uma resina fóssil, produzida por pinheiros que existiam na Escandinávia, na costa do Mar Báltico, há 50 milhões de anos. A resina pegajosa escorria do tronco e ramos lentamente, aprisionando insectos, folhas, penas, rãs, sementes e, quando se tornava espessa, com o passar do tempo, endurecia e transformava-se  em âmbar, que os antigos acreditavam ter poderes mágicos e medicinais. Tem matizes dourados, embora também de outras cores, de grande beleza e é fácil de manipular.
Os painéis de âmbar de Frederico Guilherme foram utilizados para revestimento de uma das salas do Palácio de Verão, hoje Palácio de Catarina, perto de S. Petersburgo, numa obra belíssima do arquitecto Rastrelli, com espelhos de Veneza, ornatos de ouro, e luxuosos candelabros nas paredes com 565 velas.
Na Segunda Guerra Mundial, os arredores de S. Petersburgo foram os primeiros a ser bombardeados. Os russos já haviam tomado precauções e transferido parte dos tesouros para Leste. Mas, por razões técnicas, não conseguiram desmontar a tempo a Sala de Âmbar e as tropas alemãs viriam a apoderar-se do seu recheio, transferindo-o para o Palácio de Königsberg.
Em 1944, a Alemanha foi, por sua vez, bombardeada pelos aliados, incluindo o Palácio de Königsberg. O que aconteceu à Sala Âmbar? Ninguém sabe! Sumiu-se e, até hoje, nunca se esclareceu o seu destino, embora corram várias versões, provavelmente sem ponta por onde pegar. Mistério que provavelmente nunca será esclarecido.
Em 1979, o governo soviético pôs ponto final nas especulações e mandou proceder à reconstituição da Sala Âmbar. Utilizando fotografias da sala antiga, seis toneladas de âmbar, os melhores mestres, oito milhões de dólares e esforços extenuantes, a nova Sala de Âmbar foi inaugurada em 2003 e voltou a ser a jóia mais preciosa do Palácio de Catarina. É uma obra de arte notável.
A fotografia em cima é da Sala original e, as outras duas de pormenores da Sala actual, depois de reconstituída.
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