domingo, 19 de dezembro de 2010

REMINGTON UNDERWOOD OLIVETTI & Cª

 

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Ontem, Sábado, na histórica 30th Street Station de Filadélfia, fãs das velhas máquinas de escrever reuniram-se com as suas relíquias num pub, em cujas mesas coabitavam máquinas, copos de cerveja e cafés, para dactilografar em público. Traziam mecânicos para assistência técnica e fizeram várias demonstrações aos presentes, alguns dos quais nunca tinham visto uma coisa daquelas a trabalhar! Naturalmente, o mais importante foi a troca de impressões entre eles sobre as características técnicas de cada aparelho, recordando ainda velhas glórias - ali ausentes - da arte de dactilografar em engenhos como deve ser. Foi consensual a ideia de que uma boa máquina não se torna facilmente obsoleta, como acontece com os actuais processadores de texto, sem ponta por onde se pegue, segundo eles, suponho eu. Para o organizador do encontro, de seu nome Michael McGettigan, as máquinas são eternas... desde que haja fitas.

Discutida também a complexa, controversa e quase metafísica matéria do motivo porque os teclados têm a clássica configuração conhecida por QWERTY, as seis primeiras teclas, em cima e da esquerda para a direita dos ditos. Estará quem me lê a sorrir porque é doutrina oficial ser tal configuração estabelecida por ser a que mais facilita a digitação das palavras com duas mãos, em inglês, uma vez que foi o americano senhor Christopher Latham Sholes quem a criou. Mas sempre lhe digo, estimado leitor que aqueles peritos têm opinião diferente. Então, corre entre eles a ideia que o senhor Sholes teve imensas dificuldades com as primeiras máquinas e os primeiros dactilógrafos porque, com o treino, escreviam demasiado depressa e isso levava à frequente situação de braços das letras encavalitados e encravados. Por isso o senhor teria criado o QWERTY para atrasar a velocidade da escrita. Vejam lá: a digitação mais lenta era compensada pelo facto de não ser necessário desencravar os braços regularmente! Verdade? Mentira? Não sei, mas vou estudar melhor o problema e, no próximo ano se puder, lá estarei em Filadélfia para discutir a história dos keyboards com o senhor McGettigan porque é um assunto que me preocupa.
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