quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

EM PERIGOS E GUERRAS ESFORÇADOS

Em 2002, numa das últimas reuniões do Conselho de Ministros do governo de António Guterres, foi viabilizado o Freeport, na Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo. Em 2005, surgem notícias de que o actual primeiro-ministro, então ministro do Ambiente, e outras personalidades importantes do aparelho de Estado haviam sido corrompidos para autorizar o empreendimento. Foi instruído um processo de investigação e, a páginas tantas, dois procuradores nela empenhados declaram ter sido pressionados por Lopes da Mota para arquivar o processo. Lopes da Mota é procurador-geral adjunto e presidente duma coisa chamada Eurojust, dependente da UE e a funcionar em Haia.
Feita a averiguação decorrente das queixas dos procuradores do caso Freeport, Lopes da Mota é suspenso pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP). Pede a demissão do cargo internacional e recorre para o plenário do CSMP.
Fim do primeiro acto desta peça.
O segundo acto ainda está em gestação na cabeça dos altos magistrados da Pátria. Mas, considerando os antecedentes nacionais, presume-se que tudo se arraste até às calendas gregas e acabe em águas de bacalhau. Então, será assim: o Dr. Lopes da Mota abandona o Ministério Público antes de conhecer o resultado do recurso para o plenário do CSMP, só previsto para 2059, e moita-carrasco. Depois do período de nojo recomendado, é convidado para assessor jurídico da Mota-Engil e vem a distinguir-se na refrega com o Tribunal de Contas sobre as auto-estradas construídas sem visto prévio. Profundamente embrenhado no tecido empresarial, acaba no Conselho de Administração do Millenniumbcp, ocupando a vaga do Dr. Armando Vara, entretanto nomeado Alto Comissário junto dos países Íbero-Latino-Americanos, já organizados em União, sob a presidência de Hugo Chávez e vice-presidência de José Sócrates. Manuel Alegre está a chegar ao fim do segundo mandato como Presidente da República, Francisco Louçã é governador do Banco de Portugal e Jorge Lacão é, finalmente e com enorme inveja de Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal. Dos portugueses ninguém sabe ainda onde andarão mas, provavelmente, os que não morreram estarão emigrados a carregar caixotes.

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